O vento soprava a indiferença agitando a metáfora no céu que confluía em massas difusas.
Faz um corte transversal no meu crânio e diz-me o que vês?
Peço-te por favor que me expliques. Enquanto altero o meu estado e me perco em indefinições. O mesmo vento continua a impulsionar o tempo e eu sentada. Nem lágrimas nem nada. E tudo o que me pesa... antes fosse só a gravidade. Enquanto o horizonte permanecer, eu permaneço sentada. Com os dedos enterrados na relva e as formigas a deflorarem-me a carne presa aos ossos sem nexo de causalidade. Não consigo olhar para o rio sem que o azul me penetre o juízo. Aprendi a não julgar sendo julgada, porque com demónios é mais fácil ser tolerante.
E não olhes para o meu perfil como que se visses para além do quadro, não sou a tua irmã. Não partilho nada, a não ser o espaço desta cadeira em que continuo sentada.
Eu não sou a tua irmã.