domingo, 12 de abril de 2009

utopia...


deposita-me mácula no desejo, nos lábios de carne. sendo tu o meu vazio, MÁCULA, apodrece ao meu lado, permite que a minha alma se alimente dos restos do meu corpo, deixarás os percevejos sossegados em partículas de legado, com lentidão recortam o sorriso do meu rosto, deixa-os, enquanto tens os teus lábios colados aos meus, não quero saber, vem supervisionar esta fabrica comigo, vem-te rir do maquinal, deixa-o rir e alimentar-se da pele putrefacta e seca que pende do teu estômago. purga, exala. esvazio-me por dentro,torno-me cúbico

6 comentários:

Ginger disse...

RIP... não vou fingir que percebi...
Eu pensava que estava a perceber até começares a falar da fabrica e do maquinal que se ri e se alimenta de pele putrefacta... =\


Mas adorei a parte em que te tornas cúbico!! =D


*

Brown Eyes disse...

Mais um texto que faz referência ao acto sexual. Alguém que apesar de estar já em estado de putrefacção, em quem abundam os percevejos, que serão uma parte minúscula do legado (herança que deixará), conseguindo estes roubarem-lhe o sorriso conseguido com o contacto carnal, utópico, já que dificilmente alguém naquele estado de decomposição poderá consumar um acto sexual. Mesmo assim, deseja ter a fábrica (órgãos reprodutivos) em bom estado, supervisionada pela mácula, alguém que lhe dará prazer, infame, indigno, envelhecido (pele seca e disforme do estômago)que se rirá e fará rir o maquinal(órgão sexual). No fim, chega o orgasmo.
Um texto de difícil compreensão, é esta dificuldade que me cativa na tua escrita, mas que encerra uma história de vida. Alguém que, mesmo às portas da miséria, consegue sorrir imaginando uma cena sexual. É este acto que dá, àquele ser, momentos de alguma felicidade.
Terá sido esta a tua ideia?
A imagem é magnífica.

Cu de Barbas disse...

É uma boa interpretaçao,criativa nao haja duvida e acertada em alguns pontos.
Ms não em td concreta,é um texto aberto,explica-lo seria explicar-m.

tem q ver c sublimaçao social,expiação,estado nirvana,mais q carne comida por percevejos...
c o maquinal refiro-m em especifico às engrenagens sociais a q poucos podem escapar.

meldevespas disse...

Concordo com o q dizes Rip, sobre a relatividade que ha em analisar um texto. Um texo e isso mesmo, e nada mais, um texto. Palavras, e quem escreve, por direiro brinca com elas, ama-as, ou odeia-as, as palavras. como dizia sabiamente Antonio Gideao "Onde Sancho ve moinhos, D. Quixote ve gigantesm ve moinhos, sao moinhos, ve gigantes, sao gigantes"
Beijo grande e claro, este teu texto e mais um sublime jogo de palavras.

Pi disse...

Não acho este texto nada de sublime, nem maravilhoso, nem o que quer que seja. Simplesmente não gostei. Sinto-me a olhar para um quadro branco. Ou um quadro branco com um ponto preto. E dissertar sobre o que isso queria dizer seria sempre uma enorme actividade criativa, nao para quem pintou, e neste caso escreveu, mas sim para quem lê.. Portanto não vejo aqui qualquer criatividade de autor.

Isso permite-me nao gostar do texto. Gosto de prosas corridas abertas, que me dão lugar à imaginação, mas não assim.

Não um conjunto de palavras soltas, à procura de tentar fazer sentido.

Que não o fazem.

Beijinho

Cu de Barbas disse...

ai PI,a tua sinceridade desarmante q eu tanto amo :D

Beijo