O vento soprava a indiferença agitando a metáfora no céu que confluía em massas difusas.
Faz um corte transversal no meu crânio e diz-me o que vês?
Peço-te por favor que me expliques. Enquanto altero o meu estado e me perco em indefinições. O mesmo vento continua a impulsionar o tempo e eu sentada. Nem lágrimas nem nada. E tudo o que me pesa... antes fosse só a gravidade. Enquanto o horizonte permanecer, eu permaneço sentada. Com os dedos enterrados na relva e as formigas a deflorarem-me a carne presa aos ossos sem nexo de causalidade. Não consigo olhar para o rio sem que o azul me penetre o juízo. Aprendi a não julgar sendo julgada, porque com demónios é mais fácil ser tolerante.
E não olhes para o meu perfil como que se visses para além do quadro, não sou a tua irmã. Não partilho nada, a não ser o espaço desta cadeira em que continuo sentada.
Eu não sou a tua irmã.
5 comentários:
Mais um texto provocador... desconcertante, como eu gosto. Parabéns. Temos mesmo de ser tolerantes com quem nos julga, essa é a minha filosofia. E nunca somos quem julgam que somos, nem nos decifram facilmente... num qualquer perfil ou reprodução . Por vezes, nem mesmo nós sabemos quem somos, não é verdade? E nem por isso, nos julgamos... :) beijo
Hereditariedade é especifica e individual. Esta última constitui-se por traços e características próprias que tornam um ser diferente de todos os outros. A personalidade constrói-se ao longo da vida, influencia a nossa história e é influenciada por ela sendo moldada pela experiência. Não é influenciada pelo meio familiar, nem somente pela hereditariedade que por sua vez podem não ter qualquer ligação. Ainda bem que é assim.
Beijinhos
-Brown permite-m discordar. Penso q a tua avaliaçao é ingenua. Tas a menosprezar o principal nexo de causualidade da personalidade q é obviamente a familia. E vou mais longe, a genetica. Por isso, tanto a nivel cientifico como sociologico a familia será, em meu entender, o elemento condicionante no q à personalidade diz respeito.
Agr nao digo q o meio envolvente (extrapolando a familia) e a propria experiencia nao possa modelar a propria personalidade q molda como é obvio. Ms em termos de influencia, é uma ingenuidade por a familia fora da equaçao.
O titulo nao tem q ver c hereditariedade ms c alheamento e distanciamento.
-Eva, concordo com td o q disses-t ms ponho em causa o facto do texto ser provocador. Nao digo q discordo. Teria q ponderar certas questoes ms prefiro q o assunto me continue transversal.
mt obrigado a ambas
Discorda à vontade. Aliás quem escreveu foste tu e ninguém melhor que tu para explicares o teu pensamento e a base dele. Sabes que quem lê às vezes relaciona erradamente o que foi dito. Alheamento e distanciamento de meio familiar não? Foi o que percebi. Daí ter dito que penso que a hereditariedade e a familia não serem factores predominantes na formação da nossa personalidade e ainda bem que não são. Pode haver uma pequena influência mas que às vezes ocasiona um comportamento contrário ao comportamento familiar. Não é por acaso que o filho de um bebado, a maior parte das vezes, detesta a bebida. A análise que fez do comportamento paterno vai moldar a sua personalidade no sentido de detestar a bebida. Ainda bem que tocaste neste assunto, é um daqueles que me tem feito pensar muito. Há muitos cientistas que, como tu, pensam que a hereditariedade, genética, familia, são factores importantes no desenvolvimento da personalidade de um individuo. Pois eu penso que não. Penso que há casos e casos. Penso que o meio envolvente e o que vivemos são factores muito mais importantes. Como se compreende que tu encontres numa familia pessoas que não têm um única característica em comum? O facto de estares inserido numa familia não obriga a que tenhas as mesmas vivências e são essas vivências que levam às diferenças. Mas atenção isto é o que penso, sei que não é o que os cientistas pensam, como anteriormente te disse. Daí surgir uma alheamento, um distanciamento, uma falta de partilha, uma diferença entre os membros de uma familia. Beijinhos
Epá, tb t digo q pessoas abusadas sexualmente tendem a ser abusadores.
É claro q n quero dar a entender q é a regra.Há montes d excepçoes e o caracter é talvez mais variavel q a personalidade, ms tb n quero entrar por ai, é uma impressao minha um pouco superficial e nao mt reflectida. Ms as probabilidades de um abusado ser abusador é maior. Ou d um filho q cresça sob a égide d violencia domestica tende a ter esse tipo d comportamentos.Assim aponta a psicologia.
E mtas vezes tal alheamento referido não é mais q a negaçao de um comportamento intrinseco.
E uma coisa é o alheamento aparente, como mascara, ou como fuga e como mt bem disse a Eva, mtas vezes, se não sempre, nem nós proprios nos conhecemos.
Continuo a achar q renegar a familia d tal influencia é injenuo e uma fuga pra frente.
Resumindo, compreendo o teu ponto d vista ms n concordo. Pq para evoluir, o primeiro passo é a aceitaçao da realidade, neste caso dos factores que se conjugam para formar o Eu ;) blink blink
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