sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

água suja...que foste fazer?


Um pé depois de um outro,uma mão alinhada e uma cabeça.Tudo no sítio na minha,e as lágrimas de prata afundam-se na corrente escarlate,outrora paixão.As mãos manchadas,a água de um cetim vermelho sinuoso flui para a escuridão e a expiação que não chega.De frente ao espelho com a cara voltada.O peito marcado pela palma manchada.Nada voltará atrás.Sou unicamente responsável por mandar o fardo ao rio,em sacos pretos atados num suspiro.Muito tremulo o meu peito.Inquieto.Algo se constrói aquando o frio do metal percebe a paixão da tua carne.Quando,olhos nos olhos o terror me beija e eu sorrio controlando a tempestade interior.Abraço o tom purpura num beijo pingado,perspectiva singular,e aquando me inclino para te sussurrar,o teu belo perfil,o saco,o preto imiscuí-se e entra-me pelos poros,corrompendo a minha alma resoluta.O caminho,o meu peito e o rio que te afasta de mim...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

negada a permissão para entrar...


Desculpa,é demasiado para mim,se ao menos me explicasses este frenesim mudo,e tu que não sais desse canto,sombrio,que me repudia cada vez que me aproximo,que te tento tocar.Já não te distingo da escuridão,e tu?distingues-te?abraça-la com essa paixão doentia e eu abraço-a também encostada ao outro canto,sem alternativa,derrotada,e com uma terrível perspectiva,qual é a tua?que vês quando olhas para mim?vês a serpente sibilante,negra,que me agitas em jeito de convite?e nem tentas sacudi-la,porquê?já não tenho mais lágrimas que possam encher a tua alma com frescura,secaste a minha fonte.agora não quero viver,não contigo,não sem ti.ouço a inércia crepitar e os gritos orgânicos em surdina.Pergunto-me,o que és?pele a ondular ao sabor da insegurança,o que cresce dentro de ti?és tu que ainda aí moras?o que te passa pela cabeça aquando prostro a minha vulnerabilidade diante de ti?de braços abertos para o céu.nada?e assim o teu vazio transforma-se no meu,para sempre...