terça-feira, 15 de setembro de 2009

linhas...


Sentado à beira rio, enquadrado pela ponte suspensa por um ténue fio, também eles, que deslizam, entre o vício e a realidade capital que se sobrepõe aquando, a dor agonia e apodrece dentro dos seus nauseados estômagos. Olham para mim. Os seus olhos brilham com esperança, pareço um deles, talvez os compreenda. Talvez lhes alivie a dor por umas horas, é tudo o que pedem. Mas não o que lhes dou. Vejo faiscar olhos irados que partem em busca de alguém mais ingénuo, têm tantas estórias para contar. Ou será só uma? Sempre a mesma contada a tantas gentes diferentes? Vejo os espectros cirandar, é-me próxima esta gente translúcida, entre um mundo e o outro.